Paulo Brito

Carta a Paulo Brito:

Ouso te escrever!
Eu, pessoa sem dor, sem beleza dos cortes profundos na pele, no coração, na alma que não finda;
Ouso te escrever!
Tu, Homem-pai cortado em pedaços, estilhaços sem destino, coração que não mais se escuta, alma finda;
Ousamos todos Paulo, te aguardar!
Tu homem universal, jornalista polemico, doce professor, simples amigo.
Não nos deixeis órfãos de tua voz, do teu comentário; da tua pose de credulidade em cada opinião.
Ousamos todos Paulo, te aguardar!
Venha te postar à nossa frente de novo, novamente, outra vez, muitas vezes, sempre a nossa frente, não abandone tuas paixões, apolínea postura, dionisíaco lutador;
Queremos ouvir tua singular risada.
Ousamos todos Paulo, te aguardar!
Lindo, vindo das cinzas, fênix pacífica.
Ousamos te aguardar! Queremos, ver teus cortes, tuas cicatrizes, deixe Paulo, aprendermos contigo, nos mostre teu lindo rosto envelhecido, mas docemente renovado pela dor maior.
Ousamos todos, Paulo, te aguardar!
Ousamos mais, ousamos poder te segurar em nossas mãos, te colocar pra sempre em nossos corações e aprender contigo, lindo homem em dor, pai amoroso, exemplar manezinho pra todos nós.