Me conta avaiano: vamos contar nossos "causos".

Recebi o e.mail abaixo, um depoimento apaixonado
que reproduzo na integra.
(Queridos, quem quiser enviar seu depoimento
sobre a sua história pessoal como avaiano
até o ano de 2008, é só me enviar matagato17@hotmail.com ,
com certeza publicarei aqui belas histórias azuis, tô lançando
o tópico: 'Me conta Avaiano'.)

Me conta avaiano I:

Kátia

Parabéns pelo seu comentário sobre o filme lá no blog.
Confesso a você que rolou uma lágrima ao ler
aquele singelo depoimento.
Lembrei daquele jogo contra o Brasiliense.
Teve um momento durante o jogo que eu abstraí.

Parei e comecei a olhar para o estádio cheio,
os rostos angustiados, as expressões de tensão,
mas de gente sorrindo uma felicidade contagiante, extasiante.
Comecei a pensar na nossa caminhada até ali,
no jogo que nos classificou para a série B, uma década atrás,
no jogo em que fomos campeões, em 1988,
naquela memorável campanha com Adilson Heleno e Cia,
nos jogos no Adolfo Konder, com jogadas do Bira Lopes,
do Balduino, do Vargas. Lembrei dequando era guri,
de uma jogada cinematográfica do Zenon, matando o time co-irmão.

Depois lembrei dos jogos na Ressacada, naquela
derrota de 1 x 0 para o São Raimundo num dia muito frio,
quase nevando, em que eu e mais uns 500 torcedores-heróis
encarangados diziam que “ainda dá”, num ano em que
fechamos com a goleada sofrida diante do Palmeiras.

Lembrei das filas quando ainda se passava por dentro da Costeira,
e de um carro velho que eu tinha que acabou fervendo o motor na fila,
dos dias em que chegava à 1 ou às 2 da a manhã em casa,
do dia em que tive que ir de ônibus e tomei uma limãozada
na cabeça jogada do lado de fora por um torcedor do Figueirense.
Lembrei do meu estimado primo Jean, aquele que deu uma
bicuda na canela do Delfim, e que morreu de câncer
sem ter visto o Avaí subir.

Lembrei de minha própria situação, em que tive de deixar de
ver o Leão no ano passado, por que meu sistema emocional
e meu coraçãozinho estavam me pregando algumas peças,
ouvindo mais angustiado ainda pelo rádio.
E aí o Evando fez aquele gol e eu chorei, minha amiga.
Chorei muito, muito mesmo.
Minha mulher e meu filho tentaram me consolar, mas não adiantou.

Cheguei à conclusão de que ser torcedor do Avaí
é muito mais do que ir ao campo e assistir a uma
partida de futebol e vibrar com isso.
Ser torcedor do Avaí é uma opção de vida.
Os torcedores dos outros times jamais entenderão o que isso significa.

Abraços
Alexandre Carlos Aguiar
Florianópolis - SC