AS LONGAS HORAS

Eu sei que para nós avaianos, desde sábado, após o
jogo, os dias passaram a ter mais de 24 horas,
os relógios estão em câmera lenta,
como um fantasma a nos assombrar.
Eu tenho tentado me manter ocupada,
mas não tem resolvido muito não,
as horas estão com mais minutos e os minutos
tiveram acréscimos de segundos.
Podem apostar que essa segunda e essa terça,
serão os dias mais longos de nossas vidas,
como a nos preparar para lembrar de tudo,
nada passará rápido, tudo terá um tempo maior,
para facilitar nossas lembranças no futuro.
Essa temporalidade dos humanos, a lembrança do passado
e o projetar do futuro, as vezes nos maltratam, mas em outras
vezes, são molas a nos impulsionar no presente.
O tempo é sempre o agora, mas como fugir dessa
ferramenta humana, que nos permite “viajar” no próprio
Tempo presente?
Lembrar e projetar, verbos avaianos nesse final
de 2008, verbos que nos dominam como a possuir
por inteiro nossa alma.
As lembranças avançam sem nosso consentimento, ás vezes
Numa música, num cheiro, numa paisagem, num rosto
Ou numa cor.

Azul, não é verbo, mas estamos todos a conjugá-lo nesse
Brasileiro.
Nós vamos azular amanhã!