A mala solitária era preta,
largada num canto de um vestiário qualquer,
esperava pelo fim do segundo tempo.
Sem identificação, mas com destino certo,
não embarcaria em trens ou aviões, muito menos
ônibus, ela se desdrobaria em tantas outras e
seria transportada em vários carros particulares.
A mala desconcertada olha ao seu redor, e
se pergunta com sotaque estreitense:
- mas que lugar estranho é esse onde fui esquecida,
não reconheço essas camisas penduradas, esse sapatos
com trava, esse cheiro de suor, onde estou?
Antes mesmo de terminar sua pergunta,
umas mãos suadas agarram sua alça
e como num passe de mágica,
ela se vê novamente solitária como nunca antes,
pois foi esvaziada.
Quando chega o roupeiro do local
e a leva pra fora, ela só tem tempo
de olhar um placar brilhante num campo
vazio: 1 X 3.
Antes de ser jogada numa lixeira qualquer,
de um campo carioca.
domingo, novembro 30, 2008
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2 comentários:
Não posso dizer se hou ve mala preta ou branca, sei lá, mas que foi estranha esta vitória, ha foi.
Katia, o meu e-mail é anthony@organizer.com.br.
Anthony
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